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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ouro Preto (MG)

Olá viajantes,

Como estão? Espero que bem! Sei que faz tempo que não posto nenhum destino por aqui, mas eu andei meio ocupada com assuntos importantes e distintos do turismo. Por isso gostaria de me desculpar pela ausência. Para compensar meu descuido com ‘TurEcoAventura’ eu vim hoje com dicas de um destino especial. Uma cidade encantadora que além de ter uma excepcional beleza natural e varias praticas de esportes radicais ainda tem uma história incrível e o turismo religioso é imperdível. O destino de hoje é Ouro Preto (MG).

A cidade de Ouro Preto fica localizada na Serra do Espinhaço, região metalúrgica de Minas Gerais, a 1.150 metros de altitude. Com grande parte de seus monumentos coloniais preservados a antiga capital de Minas, em 1933, foi elevada a Patrimônio Nacional, e em 1983, foi tombada pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade. Ouro Preto é conhecida pela diversidade de suas atrações turísticas: das capelinhas às matrizes e paróquias barrocas, das montanhas aos fundos dos vales, da culinária mineira à cozinha internacional, dos parques naturais aos esportes de aventura. A cidade representa hoje, um resumo da arte colonial mineira, não apenas pela expressão de sua história, mas pelo extraordinário acervo cultural preservado.

Sobre a hospedagem local, por ser considerado um dos destinos turísticos mais importantes de Minas Gerais, Ouro Preto atende a demanda dos visitantes, providenciando excelentes hotéis, pousadas, estalagens e outros tipos de hospedagem que aliam a cultura barroca da região com o conforto e as facilidades da vida moderna. O turista que chegar à cidade vai poder optar também por apart-hotéis, pensões, campings e chalés, disponíveis em toda a região.

No quesito alimentação, os destaques são os pratos da culinária mineira. Grande parte dos restaurantes da região servem pratos típicos, como o frango ao molho pardo, o feijão-tropeiro, o frango com quiabo e o tutu à mineira. Guarde lugar para a sobremesa, que é recheada com doces de frutas e de leite, sempre servidos com queijo Minas.

A vegetação nativa da região é baseada nos campos e capoeiras. Os campos ocorrem nas áreas da Serra do Espinhaço e são caracterizados pela predominância do extrato herbáceo. As capoeiras são formações vegetais constituídas de dois andares, o primeiro de vegetação rasteira e o segundo de arbustos, cujas espécies apresentam-se em fase de desenvolvimento. Este tipo de formação ocupa grande parte da porção sul do território, onde está instalado o Parque Estadual do Itacolomi. O relevo de Ouro Preto reúne praticamente todos os tipos de minerais que existem no conjunto denominado “Quadrilátero Ferrífero”. Existem na região rochas como xisto, quartzo-xisto, quartzitos, itabiritos, calcários, anfibolitos e esteaticos, também conhecidas como pedra-sabão e amplamente utilizadas para a confecção de peças do artesanato local. As principais reservas minerais do município se referem às jazidas de manganês, ocre, pedras britadas e ornamentais (mármore), quartzito, quartzo e talco. Basicamente, o relevo de Ouro Preto é marcado por cristas rochosas e vales encaixados.

O clima da região é tropical de altitude úmido, com temperaturas que variam entre 6°C e 28ºC. O clima é característico das regiões montanhosas, com chuvas durante os meses de dezembro à março e geadas raras em junho e julho. A temperatura média anual é de 17,4°C.

Principais Atrações de Ouro Preto:

A cidade – Ouro Preto oferece uma gama de atividades para todos os gostos. As atrações vão desde visitas aos monumentos religiosos e históricos, até esportes  de aventura com direito a muita adrenalina, nos parques da cidade. Vale a pena conferir!

Cachoeira das Andorinhas – O local é famoso pela quantidade de andorinhas que migram para esta região no verão. A cachoeira, que possui queda de aproximadamente 10 metros, encontra-se em uma formação rochosa semelhante a uma gruta, com água transparente e temperatura em torno de 20°C. No mesmo local, também está localizada a maior queda d’água da região, com 40 metros de altura.

Cachoeira de Três Moinhos – Também chamada de Falcão, a cachoeira é o atrativo natural mais procurado da região de Ouro Preto. Sua altura é de aproximadamente 10 metros e a largura em torno de 2,5 metros. Logo abaixo de sua queda, forma-se uma ducha natural e a água é represada por um banco  de areia, formando uma pequena "praia". A paisagem ao redor é formada por uma mata de galeria e formação rochosa.

Casa dos Contos – Construída por João Rodrigues de Macedo, cobrador dos impostos da Capitania de Minas, foi originalmente, em 1784, sua residência e local para administração de seus negócios. Serviu para diversos fins, inclusive de cárcere para os inconfidentes, dentre eles Álvares Maciel, Luiz Vieira da Silva, Padre Rolim e Cláudio Manuel da Costa, que lá morreu. Foi completamente restaurada em 1984 e contém em seu interior exposições documentais da Casa da Moeda do Brasil e do Banco Central do Brasil e outras mostras culturais que, junto ao mobiliário e arquitetura, compõem o Museu.

Estrada Real – A Estrada Real começou a ser construída no século XVII e ligava as Minas ao litoral, com o objetivo de buscar riquezas. Inicialmente, o caminho ligava Ouro Preto, ao porto de Paraty (RJ). Com a descoberta das pedras preciosas na região do Serro, a estrada se estendeu até o Arraial do Tejuco (atual Diamantina), deixando Ouro Preto como o centro de convergência da Estrada Real. Assim, formou-se o complexo da Estrada Real, ou seja, mais de 1400 km de patrimônio, cercado de montanhas, natureza, cultura e arte, na qual Ouro Preto é parte integrante.

Igreja de Nossa Senhora do Pilar – Inaugurada em 1733 e considerada a basílica mais rica de Minas Gerais, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar é toda trabalhada em ouro, com esculturas e painéis. No subsolo fica o Museu da Prata, com peças raras e valiosas da prataria portuguesa.

Igreja São Francisco de Assis – Construção iniciada em 1766, representa o ponto alto da arquitetura barroca mineira, com belos ornamentos esculpidos por Aleijadinho (Antônio Francisco Lisboa) e pinturas de Manoel da Costa Athaíde.

Mina Chico Rei – O local foi escavado artesanalmente, com 80 km2 de divisão, distribuídos em cinco andares. Possui uma galeria de 11.500 metros, e está iluminada em toda sua extensão até um salão de cristais. A mina, que está sendo mapeada por estudantes de geologia, estende suas galerias até a Casa dos Contos e a Escola de Minas, antigo palácio do Governador. A Mina está aberta à visitação desde 1946, com toda infra-estrutura para receber o visitante. Possui um restaurante que serve comida caseira no fogão à lenha e uma lojinha de artesanato com trabalho de artistas da região.

Minas Radical – O Minas Radical é um excelente lugar para os amantes de esportes  de aventura. Lá, o visitante pode praticar atividades como rapel, escalada, arvorismo, canyon, tirolesa, caminhadas ecológicas, entre outros, próximo a inúmeras nascentes de rios, grutas e cachoeiras. A vantagem do lugar é poder oferecer comodidade, com acompanhamento permanente de monitores especializados e constantemente treinados, além de equipamentos de última geração. Os preços para a prática esportiva variam de R$ 10 a R$ 45, sendo que a entrada no parque é de R$ 5 reais.

- Arvorismo: O Minas Radical conta com um circuito de arvorismo com diversas plataformas e obstáculos como: falsa-baiana, tirolesa, rapel negativo, troca-pé, tambor suspenso, balanço vitória, trava vitória, a ponte caipira e outros. O arvorismo é uma modalidade esportiva que consiste na travessia de um percurso acrobático, realizado próximo à copa das árvores, aplicando técnicas verticais, tendo como opção de saída o rapel e a tirolesa.

- Canyonning: O canyonning é a descida ou exploração desportiva de cânions, rios em garganta ou desfiladeiros. Para tanto, utilizam-se as técnicas verticais como rapel e escalada. O esportista ou mesmo a pessoa que nunca praticou o esporte pode realizar a descida, sempre com a ajuda dos instrutores e utilizando os equipamentos profissionais. Existem duas cachoeiras para a prática, uma com a altura de 45 metros e outra de 15 metros.

- Escalada: Em uma parede artificial com 12,5 metros de altura e opções de diversas vias, os adeptos da escalada e pessoas que se interessam pelo esporte podem se exercitar, simulando a prática da atividade realizada na montanha.

- Mina de Ouro: Outra atração muito visitada no Minas Radical é a maior Mina de Ouro aberta à visitação do mundo. A Mina da Passagem, como é chamada, guarda segredos e mistérios que encantam a todos. A descida para as galerias subterrâneas se faz de modo incomum, através de um trolley, que chega a 315 m de extensão e 120 m de profundidade. Ao final, é possível observar um maravilhoso lago natural.

- Paintball: No maior campo de paintball em área natural do Brasil, o visitante poderá driblar os 65 obstáculos como fortes, trincheiras, casa-mata e outros. O local oferece duas modalidades de jogo: a primeira é a invasão, em que um dos grupos defende seu forte enquanto o outro ataca e a segunda modalidade é a captura de bandeira. Vence a equipe que conseguir capturar primeiro a bandeira do grupo adversário.

- Rapel: A descida de 45 metros de altura acontece de forma controlada, por cordas ou cabos, ao lado de uma bela cachoeira. O visitante poderá deslizar junto à um instrutor, que oferece condições e técnicas para todas as pessoas, mesmo os que nunca fizeram o esporte.

- Tirolesa: A tirolesa é uma técnica usada para transpor equipamentos ou pessoas entre um ponto e outro. O local oferece uma das maiores tirolesas do Estado e sua estrutura é feita com uma base fixa em concreto e cabo de aço, com capacidade para suportar até cinco toneladas, além de segurança garantida por corda e equipamento profissionais.

- Trekking: Atualmente, o Minas Radical oferece três opções para a prática da caminhada. A primeira com 2,5 km em trilha mapeada e sinalizada, onde o visitante pode conhecer uma parte do centro de aventuras, passando por duas cachoeiras e com direito a um refrescante banho. A segunda, realizada no Morro Santo Antônio, permite observar as ruínas de uma senzala, curtir uma belíssima vista panorâmica da cidade de Mariana, passar próximo a linha de trem que liga as cidades de Ouro Preto e Mariana e ter o privilégio de ver a Maria Fumaça passar. A terceira opção, com 11 km, deve ser realizada principalmente por pessoas com experiência no esporte e excelente preparo físico, pois exige do praticante o conhecimento de aparelhos de navegação (GPS) e leitura de mapas.

Morro da Queimada – Ruínas, bocas de minas e moinhos do antigo Arraial do Ouro Podre formam um interessante conjunto, valorizado pela paisagem natural. As ruínas permitem visualizar a formação dos primeiros núcleos mineradores, que deram origem a Vila Rica, hoje, Ouro Preto.

Museu da Inconfidência – O Museu da Inconfidência é um dos marcos de Ouro Preto e ocupa o edifício da antiga Casa de Câmara e Cadeia, construída no século XVIII. Está localizado no centro da cidade. No museu é retratada a Inconfidência Mineira de 1789, movimento que lutava pela Independência do Brasil, baseado na Independência Americana, mas que não obteve sucesso por conta da sua delatação. O Museu possui objetos do final do século XVIII, utilizados por inconfidentes, ou do cotidiano dos trabalhadores e civis da cidade, além de algumas obras de Manuel da Costa Ataíde e Aleijadinho. A história do museu pode ser notada na espessura dos paredões e as instalações sanitárias, que estão dentre as mais antigas conhecidas no país. A visitação pode ser feita de terça a domingo, das 12h às 17h30.

Parque Estadual do Itacolomi – Considerado um verdadeiro paraíso ecológico que alia ecoturismo, com proteção ambiental, o Parque Estadual do Itacolomi é uma das atrações naturais mais importantes de Ouro Preto. Dentro do parque, é possível escolher as atrações que estão divididas em histórico-culturais, trilhas e expedições. Toda a visitação é guiada por monitores que passam informações sobre cada atrativo:

- Museu do Chá: maquinário para beneficiamento do chá preto colhido nas lavouras durante alguns anos do século XX. Parte da produção era exportada para a Alemanha.

- Casa Bandeirista: serviu de posto fiscal no tempo da exploração aurífera (1706).

- Trilha do Forno: Seu trajeto de 1.560 metros, vai em sentido de uma das várias nascentes que formam o Córrego do Manso. A trilha leva esse nome por abrigar ruínas de um forno cerâmico, provavelmente da Olaria Roque Pinto. A trilha possui grande diversidade de espécies.

- Trilha da Capela: Com trajeto de 1.270 m, a sucessão ecológica após a ação do homem sobre o meio é o tema do passeio. O trajeto pode ser feito em aproximadamente 1h15 minutos e percorre trechos de plantação de eucaliptos e uma área mais preservada onde a sucessão ecológica encontra-se em um estágio mais avançado.

- Trilha da Lagoa: Destinada principalmente ao público infantil ou pessoas de idade com dificuldade de locomoção, a trilha tem 470 m de extensão e possui várias passarelas e escadas suspensas.

- Expedições: ao Morro do Cachorro, Mirante e Bacia do Custódio, com respectivamente 3,5 km, 5 km e 8 km de extensão.

- Pico Itacolomi: a 1.700 metros de altitude, o pico Itacolomi é a maior atração do parque. É considerado a referência mais importante para o descobrimento do ouro no século XVII, com a chegada dos bandeirantes. A caminhada até o pico é de aproximadamente quatro horas. Do alto, se tem uma bela visão panorâmica da região de Ouro Preto e Mariana.

Roteiro Lavras Novas e Ouro Preto – Para os que gostam de emoção ao percorrer trilhas de jipe (100% off-road), vão adorar o passeio turístico nas regiões de Lavras Novas e Ouro Preto. O roteiro dá direito a banho de cachoeira e visitas a locais fascinantes como igrejas, cidades históricas e parte da Estrada Real.


Dicas Gerais: Procure andar de tênis ou similar em Ouro Preto. As ruas e calçadas são cobertas pelas chamadas “pedras-sabão” que escorregam, por isso, não use sandálias, salto alto ou qualquer outro calçado. É preciso também ter muita disposição, pois as ladeiras da cidade são íngremes e cansativas para os mais despreparados. Conhecer Ouro Preto a pé é uma excelente opção, principalmente porque grande parte das igrejas e museus estão no centro da cidade. Para os que optarem pelos esportes de aventura, vale algumas dicas mais específicas, como:
- Alimentar-se bem, mas moderadamente, ingerindo principalmente alimentos ricos em carboidratos, que fornecem energia para o corpo;
- Utilizar um calçado específico para cada prática esportiva, a fim de manter a estabilidade e trazer segurança;
- Beber muita água, pois o esforço físico acaba desidratando o corpo;
- Dê preferência a sapatos baixos, tipo tênis, que facilitam a caminhada pelas trilhas.

O que levar: Antes de sair de casa, verifique o clima da região, já que o verão de Ouro Preto exige roupas leves. Já para o inverno, é preciso casacos mais pesados por conta do frio muitas vezes intenso. Para aqueles que optarem por esportes de aventura, é importante escolher trajes específicos, mas sempre confortáveis e práticos. Não esqueça de levar a máquina fotográfica, pois o conjunto de atrações histórico-culturais e naturais de Ouro Preto, merece recordação. E vale lembrar de levar também um boné, protetor solar, uma mochila para guardar seus pertences e uma muda de roupa reserva para eventual emergência, como mudanças climáticas repentinas ou um escorregão no molhado.

Espero que tenham gostado das dicas, e se visitarem Ouro Preto não esqueçam de me contar como foi a viagem...

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